sexta-feira, 9 de março de 2012

Dia internacional da mulher lenta

Cheguei atrasada porque sou uma mulher lenta. Meu oito de março só começa mais tarde. Se eu pudesse reivindicar alguma coisa no dia das mulheres, seria que todos desacelerássemos. No sexo, inclusive e acima de tudo.
Comemoro o dia das mulheres no mais feminino dos climas. Eu e Fugu nos encontramos pela manhã. Bem cedo. Ainda sonados. E reproduzimos no quarto do motel o ritual dos casais em fim de semana.
Começamos invocando a cena doméstica. Tontos de sono, adormecemos enroscados. O sono é o convite para todas as entregas. Minha bunda se encaixa tão perfeitamente nos quadris de Fugu. Duas horas depois, acordo já me empinando, sem nem saber onde estou, mas a bunda sabe, e se orienta na direção do pau duro como uma mariposa em busca de luz.
Existe alguma coisa mais tesuda do que o despertar de um casal apaixonado? Do que o jeito como Fugu morde minha nuca? Dos que os semitons do meu gemido? Do que o braço forte dele forçando encaixes não programados?
Hoje é o dia da mulher, e vou comemorar de quatro, mais poderosa do que nunca. Sou eu a comandante da minha musculatura. Sou eu a que concede e se abre. Sou eu a que come, mastiga, engole e devolve à vida.
Sou eu a que goza - sinalizando que a brincadeira está apenas começando.
Porque o dia mal começou, meu amor. Temos todo o tempo do mundo à nossa frente.
E vamos usá-lo.

2 comentários: